5 de junho de 2013

LAL não é LOL...


Não se preocupem que não regresso aqui, depois de tanto tempo ausente, para contar umas piadolas que certamente não iriam deixar ninguém a rir.
O motivo que me leva a retomar os posts neste blogue é que, finalmente, vou embarcar numa viagem que já desejava realizar há muito tempo: o "Portugal de Lés-a-Lés"
Para quem não faz ideia do que isto possa ser, o Lés-a-Lés, ou LaL para os amigos, é uma maratona não competitiva de mototurismo que percorre o nosso país de Norte a Sul, sempre pelos caminhos menos prováveis e mais aprazíveis.
A edição deste ano, que se realiza entre os dias 8 e 10 de Junho, vai ligar Fafe a Aljezur, com uma paragem para descansar em Castelo de Vide.
No total são 1017,2 quilómetros de extensão, o que faz do 15.º Portugal de Lés-a-Lés o quarto mais extenso de sempre.
Começo as duas etapas pela fresquinha, sempre às 7h da matina!!, mas espero que isso também me permita ter tempo para registar em imagens os recantos escondidos do nosso país.
A minha F800GS já está preparada e eu espero não desapontá-la!
 

12 de janeiro de 2013

Ano 13

Já muitos sabem que não tenho qualquer fobia supersticiosa com o número 13 , muito pelo contrário, mas confesso que já não consigo suportar os atropelos linguísticos a uma coisa tão simples como a dicção de um número.
Vamos lá ver, já experimentaram soletrar o numeral cardinal do número 13? Repararam na existência de um "l" ou de algum "u" na ortografia da palavra "treze"!? Eu não...
Então, como é possível ouvir jornalistas de rádio e televisão a dizer vezes sem conta "trelze" ou "treuze"!? É um número novo!? É mais uma daquelas coisas disparatadas do Novo Acordo Ortográfico!? Acho que não... 
Se eles não se apercebem da asneira que estão a dizer, arranjem-lhes um quadro de ardósia, daqueles à antiga, para eles ficarem de castigo a escrever 100 (cem) vezes a palavra "treze". Pode ser que assim aprendam.

1 de junho de 2012

Livres como o vento

Como em todas as experiências que vivemos, há emoções que não se esquecem, mesmo que possam ser vistas como algo banais ou fúteis. No entanto, são momentos que deixam marca. Devia ter uns 13 ou 14 anos, não mais, e numa escapadela de fim-de-semana com os meus primos fomos até à zona de Peniche, mais propriamente São Bernardino. Um local pacato, sem movimento, estradas rectas e longas (ou pelo menos assim me recordo), a típica brisa marítima que refresca no Verão mas que rapidamente se torna demasiado fria.
Chegados à casa onde íamos ficar, lá estava parada a um canto uma velha motorizada, daquelas que se vêem e ouvem com frequência nas zonas rurais. Perguntei se ainda funcionava e logo a resposta se transformou em evidência. Lembro-me perfeitamente daquele nervoso miudinho de subir pela primeira vez para cima de uma moto(rizada), ainda que como pendura, de ouvir o som estridente do motor a gritar rotação, de sentir aquela emoção de rolar sem precisar de pedalar. Em menos de nada, estávamos a queimar gasolina estrada acima, estrada abaixo, sem nada que nos pudesse parar. A emoção da aceleração que parecia alucinante, o riso nervoso e entusiasmante, as lágrimas arrancadas pela velocidade, o turbilhão de vento que me penteava o cabelo desprovido de capacete e todo o ruído incontrolável que a viagem oferecia. Simplesmente inesquecível. Marcante até hoje.
Há cerca de duas semanas, com menos irracionalidade, mas sem retirar todos os elementos de emoção ofereci à B. a sensação de andar pela primeira vez de mota. Foram breves momentos, mas suficientes, para que deixasse o vento atravessar-lhe os cabelos e transmitir-lhe um pouco das emoções que um dia também eu senti. Por momentos fizemos uma viagem só nossa que o brilho dos seus olhos registou como inesquecível.

9 de maio de 2012

Uma aventura...

Há dias em que escolhemos a aventura sem nos aventurarmos demasiado. Pouco aventureiro, podem pensar, diria antes que sou apenas um bem-aventurado pai que no domingo passado se aventurou a entrar na Feira do Livro com uma criança, mais com sete do que com seis anos, que vê aventura em tudo e quer descobrir tudo a que pode deitar a mão. Aventurina não encontrou, mas foi uma verdadeira aventurança conseguir levá-la para fora de determinados expositores, convencê-la de que não precisa de abrir e folhear todo e qualquer livro de capa sugestiva, sim porque nesta idade ainda não se sujeita à ventura de escolher livros pelo autor.
Ao iniciar a visita, damos de caras com o Wally, não seria difícil dar de caras com um caixa de óculos de gorro e camisola de lã às riscas brancas e vermelhas, como se fosse um adepto do Athletic de Bilbao perdido e incapaz de regressar a casa depois da derrota contra o Sporting, e também porque com o calor que se fazia notar o rapaz ia de certo dar nas vistas, mas a verdade é que lá estava ele discretamente deitado na bancada com uma edição daquelas que já não via há tempos. A B. delirou com tanta bonecada e tanta doideira e com todas as tarefas a realizar por página que já não largou o rapaz (o livro, entenda-se!). Continuámos pela secção mais jovem, entre BD e outras histórias. Rapidamente a pequena pré-leitora avisou em tom de recomendação que podíamos levar 4 livros e pagar apenas 3 (já estão doidos com esta coisa da Troika, coitadinhos). 
Chegados a um expositor bastante apelativo com mais de 50 números na colecção a B. parou para ler todos os títulos que viu da Isabel Alçada e da Ana Maria Magalhães... Uma aventura... diria eu.
Ficou tão entusiasmada que acabámos por trazer o primeiro volume da colecção que em tempos também eu li "Uma aventura, na cidade".
Depois de regressar a casa e recuperar as forças gastas na feira e no parque infantil do Parque, leu as 10 primeiras páginas com afinco e entusiasmo.
Parece estar provado que temos clássico juvenil garantido, a rivalizar com as outras aventuras escritas pela senhora Enid Blyton, com a grande vantagem destas serem de origens portuguesas e com referências aos locais e cultura do nosso país. Ainda bem que os miúdos continuam a gostar deste aventureirismo literário.

25 de abril de 2012

Viva a Liberdade!

Embora tenha nascido quando ainda vigorava um regime de ditadura e repressão, tive a sorte de crescer num mundo livre onde sempre me foi permitido expressar a minha opinião sem ter de olhar por cima do ombro, onde pude gritar na rua sempre que decidi protestar, sem ter de fugir à repressão policial.  Para muitos, estas situações podem ser pequenas banalidades que se contam do "antigamente". Eu que cresci numa sociedade que ainda estava a aprender a ser livre continuo a sentir de forma bem consciente, a cada ano que passa, a importância de poder escrever estas palavras banais mas livres de amarras. Viva a liberdade e todos os que lutaram por ela.

7 de abril de 2012

Bonecada

Actualmente existe uma parafernália de desenhos animados para todos os gostos em diferentes canais, mais ou menos temáticos, mas que de alguma forma seguem uma linha de orientação mais fantástica ou mais educativa. As minhas próprias referências de desenhos animados são, obviamente, completamente diferentes: havia o alternativo e vanguardista Vasco Granja, que ninguém suportava, depois tinha os trágicos "Heidi", "Marco", os educativos "Era uma vez...", e o arranque do estilo manga com o "Conan, o menino do futuro" apresentado mesmo em japonês. Hoje reparo que a oferta está mais nivelada, mas não está menos inócua. Senão vejamos dois exemplos muito simples. Temos a "Dora, a Exploradora", uma personagem de origem latina que quer à força, ou pelo menos, pela via do cansaço, obrigar os miúdos a falar inglês e a repetir a palavra "backpack" ad eternum. Pergunto eu: qual é a sangria desatada desta menina exploradora em falar inglês? Tem mais a ganhar nas suas explorações em falar espanhol do que inglês. Na América Latina ainda há muito por descobrir enquanto os EUA só têm 200 anos de história e fracas pretensões arqueológicas. Será que a Dora teve de arranjar um green-card e aprender o Star-Spangled Banner para fazer esta série!?
Depois temos o "Manny Mãozinhas", repleto de estereótipos que não são nada bons exemplos. Reparem, o rapaz é mexicano, até aí nada de mais, mas não precisava de trabalhar nas obras. Depois tem um exército de ferramentas que geralmente fazem o trabalho dele, será que estão a reforçar a ideia de que os mexicanos são preguiçosos!? Para fechar em grande, o nome: Manny Mãozinhas, parece a alcunha de um latino ex-condenado que se dedicava ao surripianço e que agora está a tentar endireitar-se na vida.

A sério, cada vez mais penso se devo continuar a deixar a minha filha ver desenhos animados ou se, agora que já lê, a devo meter a ler os livros da menina Anita que sozinha e com apenas 7 anos já consegue cozinhar, tomar conta de bebés, levar os animais ao veterinário e organizar festas... (ou se calhar também não é o melhor exemplo...).

13 de março de 2012

Fico doente!

Se há coisa que me deixa doente é ficar doente! Não estou habituado! Dois dias em casa com febre é coisa que já não me acontecia há uns bons anos. Tenho o corpo todo dorido, parece que levei uma tareia ou que andei a acartar sacas de cimento nas obras, a cabeça não pensa como deve ser, e só tenho vontade de dormir.
"Isso é cansaço" dizem uns, "isso é viral" dizem outros, o que é certo é que estive dois dias encostado sem conseguir reagir. Mas, nada que um belo coquetel de paracetamol e mais umas cenas maradas à mistura não consiga tratar... Estar neste estado enfermo deixa-me doente, mas amanhã volto à acção.