É um facto consumado: por mais que quisesse o meu patrão não me "deixava" fazer greve. É que esta dualidade de ser patrão e empregado é tramada.
Fora de brincadeiras, hoje reflecti sobre esta acção de greve geral que, em grande parte, teve uma participação mais evidente dos funcionários públicos e das empresas públicas e questiono-me se nos dias que correm este tipo de greve faz sentido.
Não sou contra o direito à greve como forma de manifestação e de reclamação de melhores direitos laborais, nada disso. O que me pergunto é se esta coisa da greve em que muitos aproveitam para ficar em casa a descansar ou ir para o centro comercial queimar (ainda) mais o crédito, mas despachar já algumas prendas de Natal dá em alguma coisa. Será mesmo que faz acordar as mentes há tanto tempo adormecidas neste país?
Não seria muito mais marcante, penalizador (para as empresas) e, até se quiserem, mais edificante (para os trabalhadores) ir trabalhar, mas não cobrar pelos serviços prestados? Eu explico, os transportes estariam a funcionar gratuitamente, os serviços seriam prestados a custo zero, os trabalhadores iriam trabalhar sem picar o ponto e por aí adiante...
Nesse caso, uma greve assim iria realmente afectar a estrutura da empresa e deixar os responsáveis a pensar. Se calhar vão chamar-me um reaccionário fascizóide ou outra coisa igualmente bonita, por pensar desta forma, mas para mim uma greve de paralisação nos tempos modernos limita-se a ter mais mediatismo na comunicação social do que a surtir qualquer efeito real.
O meu patrão aposta mais numa maior produtividade e melhor qualidade do trabalho/serviço prestado e eu sou "obrigado" a concordar com ele.
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