13 de outubro de 2011

Tele-transporte olfactivo

A ideia pode parecer estranha, mas acaba por não ser muito diferente daquilo que acontece quando se ouve determinada música (isso também é um bom assunto) ou quando se vê determinada imagem. Afinal de contas é apenas mais uma consequência sensorial que surge, muitas vezes, de forma inesperada.
Certamente que com estas coisas de compra e venda das casas devo ter vizinhos novos no prédio ou nos prédios envolventes. Até aí nada de novo. O que acontece é que desde há cerca de uma semana para esta data, e com o calor que se tem sentido (estamos em Outubro e estão 26º às 10 da noite...), as janelas de casa passam mais tempo abertas e quando se aproxima a hora do jantar começo a sentir um agradável aroma a comida, que numa circunstância diferente deixar-me-ia incomodado, mas neste caso acaba por ser muito agradável. Eu safo-me bem a cozinhar, modéstia à parte, por isso não é aí que reside o encanto desta invasão de cheiros. O que acontece de maravilhoso com esta suspensão de aromas é que consigo transportar-me imediatamente para os cheiros dos bares e restaurantes de Bilbau, sem tirar nem por! Naqueles instantes sinto o movimento das pessoas, a agitação no balcão, o constante vociferar dos empregados que repetem os pedidos a plenos pulmões e também sinto saudades dos amigos que estão longe. Ainda não consegui perceber se é o tipo de azeite, se é dos ingredientes que utiliza e das comidas que prepara, só tenho a certeza de uma coisa: enquanto estão a cozinhar passo imediatamente a estar na minha "segunda casa". Espero que amanhã voltemos a preparar o jantar à mesma hora.

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